domingo, 29 de junho de 2014

As 13 previsões mais catastróficas, e furadas, sobre a Copa no Brasil - Carta Maior


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As 13 previsões mais catastróficas, e furadas, sobre a Copa no Brasil - Carta Maior

As 13 previsões mais catastróficas, e furadas, sobre a Copa no Brasil

É hora de relembrar, com algumas boas gargalhadas, as
previsões mais pessimistas e catastróficas feitas por cartomantes de
plantão que previram o caos.



Najla Passos






A Copa do Mundo não resolveu e
não irá resolver todos os problemas do país. Aliás, nem é esta a função
de um evento esportivo privado. Mas que o mundial atrai turismo e
investimentos externos, não há mais dúvidas. Como também não há nenhuma
de que ele mexe com autoestima de um país incentivado durante séculos a
cultivar um inapropriado “complexo de vira-latas”!


Por isso,
agora que o sucesso do evento já é reconhecido em todo o mundo, que o
país já provou que pode ser organizar uma bela copa e que os turistas e
os investimentos estrangeiros continuam chegando, é hora de dar boas
gargalhadas com previsões mais pessimistas  feitas pelas cartomantes de
plantão que tanto torceram contra a realização do mundial.

Das
adivinhações às avessas do mago Paulo Coelho à mudança de planos da
cineasta que fez sucesso afirmando que não viria ao Brasil, dos
prejuízos contabilizados pelo tucanato ao delírio do protesto do
chuveiro no “modo quentão”, do mau-humor da imprensa estrangeira à
campanha permanente da Veja, confira as 13 previsões mais catastróficas –
e furadas – sobre a Copa do Mundo no Brasil!


1 – O mago Paulo Coelho: “A barra vai pesar na Copa do Mundo”

Em entrevista à revista Época,
publicada em 5/4/2014, o mago, guru e escritor Paulo Coelho, que mora
na Suíça, disse que não viria ao Brasil assistir aos jogos da Copa do
Mundo nos estádios, apesar de ter sido presenteado com os ingressos pela
FIFA. “A barra vai pesar na Copa. A Copa será um foco de manifestações
justas por um Brasil melhor. Os protestos vão explodir durante os jogos
porque vai haver mais gente fora do que dentro dos estádios”, afirmou.

O
Mago, que “previra” que o Brasil ia ganhar a Copa das Confederações,
evita arriscar o resultado para o mundial. E apresenta certezas já
desconstruídas pela realidade, como a de que o Brasil deveria disputar a
final com a Espanha, eliminada na 1ª fase: “Agora não sei. Certamente o
Brasil irá à final com a Alemanha ou a Espanha, duas seleções
fortíssimas nesta Copa. A Argentina não. A Suíça vai surpreender. Eu
ousaria dizer que a Suíça vai para as quartas. No futebol, você tem que
ser otimista, não tem outra escolha. O Brasil tem chances de não
ganhar”.

2 – Arnaldo Jabor: “A Copa vai revelar ao mundo a nossa incompetência”

No dia 6/6/2014, às vésperas da abertura da Copa, o cineasta Arnaldo Jabour, em comentário para a Rádio CBN,
ainda insistia no pessimismo em relação à Copa, com o objetivo claro de
influir no processo eleitoral de outubro. “Nós estamos jogando fora a
imensa sorte que temos, por causa de dogmas vergonhosos que não existem
mais. Estamos antes do Muro de Berlim e a Copa do Mundo vai revelar ao
mundo a nossa incompetência”, afirmou.

3 – Veja: “Por critérios matemáticos, os estádios da Copa não ficarão prontos a tempo”

Em
25/5/2011, a Veja previu o fracasso da Copa do Mundo no Brasil. E com a
ajuda da matemática, uma ciência que se diz exata desde tempos
imemoriais. Na capa, a data da logo do mundial era substituída por 2038.
O intertítulo explicava: “Por critérios matemáticos, os estádios da
Copa não ficarão prontos a tempo”.

De lá para cá, foram muitas
outras matérias, reportagens e artigos anunciando o fracasso do mundial.
E mesmo com o início dos jogos, com estádios prontos e infraestrutura à
altura do desafio, a revista estampou, na edição desta semana, uma nova
catástrofe iminente: “Só alegria até agora - Um festival de gols no
gramado, menos pessimismo nas pesquisas, mais consumo, visitantes em
festa e o melhor é aproveitar, pois legado duradouro, esqueça”.

Melhor mesmo é torcer para que, quem sabe até 2038, a Veja aprenda a fazer jornalismo!
           
4 – Cineasta brasileira radicada nos EUA: “Não, eu não vou para a Copa do Mundo”

Em
junho de 2013, a cineasta brasileira Carla Dauden, radicada em Los
Angeles, nos Estados Unidos, fez sucesso na internet com o vídeo “No, I’m Not Going to the World Cup” (“Não,
eu não vou para a Copa do Mundo”), que alcançou quatro milhões de
curtidas. Mas antes mesmo da bola começar a rolar nos gramados
brasileiros, a ativista já era vista circulando pelo país.

No
Twitter, ela justificou a abrupta mudança de planos: “Não vim para ver a
Copa, vim para falar dela. A Copa nunca vai ser a mesma para os
brasileiros. As pessoas não vão se esquecer do que acontecerá por aqui”,
diagnosticou, antes da abertura. A frase, de fato, parece fazer
sentido. Mas por motivos opostos do que aqueles que a ativista advoga!

5 - Protesto do chuveiro no “modo quentão” vai causar apagão!

Até
bem pouco tempo antes do início da Copa, eram muitos os setores que
insistiam no risco iminente de blackout no país, da oposição à imprensa
monopolista. Um grupo de internautas, porém, levou as ameaças infundadas
a sério e decidiu criar uma página no Facebook destinada a acelerar o
caos: usar os jogos da Copa para provocar um apagão generalizado no
Brasil e, assim, boicotar a realização do evento.

A estratégia
definida foi a utilização sincronizada dos chuveiros no “modo quentão”.
“Chuveiros devem ser ligados na hora dos hinos nos jogos. A carga
elétrica anormal derrubará a energia em bairros, cidades, regiões,
estados e o país inteiro, em efeito dominó. Acompanhem os hinos por
rádio, para maior garantia de sincronização”, diz a descrição do evento
que conquistou pouco mais de 4,5 mil curtidas.

Dado o fracasso do
evento, a página agora é utilizada para a troca de memes contra o PT, a
esquerda e as pautas sociais e progressistas!

6 – Marília Ruiz: “Vai ser um vexame. Um vexame!”

No dia 26/1/2014, a TerraTV publicou um comentário da jornalista esportiva Marília Ruiz em
que ela previa que, se o Brasil conseguisse realizar a Copa, já seria
uma grande vitória. A antenada comentarista até admitia que os estádios
ficariam prontos. Mas sem qualidade: "Se eu sentaria o meu corpinho numa
cadeira recém colocada, com um parafuso a menos? Eu não sei”.

Do
alto de sua experiência em cobertura de outras copas e de um
etnocentrismo latente, ela também alertava que, mesmo fazendo sua Copa
após a da África, o país passaria vergonha. “Eu achei que a gente ia
passar vergonha, que nós, brasileiros, que o país ia passar vergonha. Aí
eu pensei, é até um alento porque a Copa do Brasil vai ser depois da
Copa da África: ninguém vai lembrar muito como foi na Alemanha. Muito
menos as pessoas vão lembrar como foi no Japão e na Coreia. E eu posso
dizer porque estive lá. É uma vergonha ao cubo!”

Confira o comentário completo e saiba quem é que está passando vergonha!

7 - Álvaro Dias: “O país ficará com mais prejuízo do que lucro”
De
todas as aves de mau agouro que bravatearam contra a realização da Copa
no Brasil, o tucano Álvaro Dias, senador pelo PSDB, foi uma das mais
barulhentas. Previu que o governo amargaria um prejuízo de mais de R$ 10
bilhões com a realização do evento, que os turistas não apareceriam,
que os aeroportos não ficariam prontos e não dariam conta do fluxo de
passageiros.

“O legado da copa do mundo me parece ser um grande fracasso. O país ficará com mais prejuízo do que lucro”, disse ele em entrevista à TV Senado,
publicada no Youtube em 7/8/2013. Agora que os turistas chegaram, os
investimentos estrangeiros entraram e o país tá fazendo bonito em
mobilidade e infraestrutura, o senador desapareceu por completo do
noticiário. Não se sabe se está esperando o evento acabar para
profetizar outro apocalipse ou aproveitando as férias para curtir os
jogos, como fez durante a Copa das Confederações!

8 - Ex-presidente FHC: “A Copa do Mundo como símbolo de desperdício”

Em
artigo publicado no norte-americano The Wold Post, em 21/1/2014, o
ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso se referiu à Copa como
símbolo do desperdício de dinheiro público. Tal como seu companheiro
Álvaro Dias, perdeu a chance de ficar calado.  Segundo a Fipe, só a Copa
das Confederações rendeu R$ 9,7 bilhões ao PIB brasileiro. A projeção
de retorno da Copa é de R$ 30 bilhões. A Apex-Brasil, aproveitando a
Copa do Mundo, trouxe ao Braisil mais de 2,3 mil empresários
estrangeiros, de 104 países. A agência estima trazer US$ 6 bilhões em
negócios para o Brasil.

9 - Redação Sport TV: do fracasso ao espírito de porco!

No
Programa Redação Sport TV de 22/1/2014, o apresentador deu sonoras
gargalhadas ao exibir a foto de um estádio da copa ainda sem gramado e
fazer previsões catastróficas sobre o evento. Na edição de 26/6/2014, o
tom mudou completamente: um outro apresentador mostrou como a imprensa
internacional elogiava o evento e ouviu do entrevistado Ruy Castro: “A
nossa imprensa foi rigorosamente espírito de porco antes do evento
começar”.

Confira o vídeo com os dois momentos e os dois humores do Sport TV


10 – Governo alemão: “O Brasil é um país de alto risco”


seis semanas do início da Copa, o Ministério de Assuntos Exteriores da
Alemanha divulgou um relatório pintando uma imagem desoladora do Brasil,
descrito como um país ode as leis não são respeitadas e o turista corre
o risco de ser roubado, sequestrado e se envolver em conflitos entre
policiais e criminosos. O documento listava uma série de cuidados que os
gringos deveriam tomar, incluindo atenção redobrada com as prostitutas,
apontadas como membros e organizações criminosas, e vigilância contínua
com os copos, para não serem vítimas de um “Boa noite, Cinderela”.

Pelo
documento, até mesmo a seleção alemã estaria em perigo em terras
tupiniquins. E não apenas dentro de campo. “Arrastões e delitos
violentos não estão descartados, lamentavelmente, em nenhuma parte do
Brasil. Grandes cidades como Belém, Recife, Salvador, Fortaleza, Rio de
Janeiro e São Paulo oferecem altas taxas de criminalidade”, ressaltava.

O
Ministério ainda não divulgou relatórios sobre o número de alemães que
vieram ao Brasil e o que estão achando da experiência. Mas quem circula
pelas ruas brasileiras, repletas de gringos felizes e sorridentes, já
sabe!

11 - Der Spiegel:  “Justamente no país do futebol, a copa poderá ser um fracasso”

 Um
dos principais semanários da Europa, a revista alemã estampou, um mês
antes do início da Copa, a manchete “Morte e Jogos”, destacando que,
justamente no país do futebol, a Copa poderia ser um fiasco, por causa
dos protestos, da violência nas ruas, dos problemas do transporte
coletivo, dos aeroportos e dos estádios. Praticamente um alerta vermelho
recomendando que os europeus não viessem ao Brasil.

Mas os
turistas vieram e estão adorando. A imprensa estrangeira também: o
jornal norte-americano The New York Times, fala em “imenso sucesso”. O
francês Le Monde, em “milagre brasileiro”. O espanhol El País diz “não
era pra tanto” para as previsões catastróficas.  A revista inglesa The
Economist,  remenda que “as expectativas, que eram baixas, foram
superadas”. A própria Der Espiegel, na edição desta semana, dá destaque
para a animação da torcida e admite que os protestos em massa ainda não
aconteceram.


12 – Ronaldo, o fenômeno: “Da vergonha à constatação de que a Copa é um sonho”

 Na
véspera do início do mundial, o ex-atacante Ronaldo se disse
envergonhado com os atrasos das obras da Copa. Mas, membro do Comitê
Organizador Local da FIFA que é, defendeu a entidade e culpou o governo
Dilma por todos os problemas. “É uma pena. Eu me sinto envergonhado
porque é o meu país, o país que eu amo. A gente não podia estar passando
essa imagem”, disse à Agência Reuters o cabo eleitoral e amigo do
senador Aécio Neves, candidato do PSDB à presidência.

Agora,
consolidado o sucesso do evento, tenta mudar o discurso. Em coletiva
nesta quinta (26), procurou se justificar. "Não critiquei a organização
da Copa, até porque eu faço parte dela. Disse que poderia ser muito
melhor se todas as obras de mobilidade urbana tivessem sido entregues”,
remendou. ”Vivíamos um clima muito tenso, com a população muito
descontente. Começou a Copa, e agora estamos vivendo um sonho",
concluiu.


13 –  O vira vira lobisomem de Ney Matogrosso

De passagem por Lisboa, em 11/5, Ney Matogrosso resolveu usar a Copa para criticar duramente a política brasileira na TV ATP.
Só esqueceu de estudar, primeiro, os argumentos. “Se existia tanto
dinheiro disponível para gastar com a Copa, por que não resolver os
problemas do nosso país?”, disse ele, desconhecendo que, desde 2010,
quando começaram os preparativos para a Copa, o governo já investiu R$
850 bilhões em saúde e educação, enquanto os investimentos totais no
mundial – incluindo federais, locais e privados – atingem R$ 25,6
bilhões.

Foi ácido quanto à
construção dos estádios que, segundo ele, irão virar “elefantes brancos”
e não serão usados para mais nada. Embolou dados, números e fatos em
vários argumentos. Acabou sustentando uma visão preconceituosa sobre as
classes populares. Questionado se há uma maior consciência dos pobres em
exigir seus direitos, concordou: “O escândalo é tamanho que até essas
pessoas param para refletir”.

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