domingo, 25 de maio de 2014

A campanha eleitoral e a estratégia dos jornais | GGN

A campanha eleitoral e a estratégia dos jornais | GGN



O
pessimismo geral do país é um caso clássico de esquizofrenia,
alimentado por uma mídia do eixo Rio-São Paulo que perdeu a noção da
notícia.
Durante
dois anos, martelaram diariamente atrasos em obras da Copa, realçaram
detalhes de obras inacabadas, uma campanha diuturna sobre a suposta
incapacidade do país em se preparar para a Copa – como se depreciando a
engenharia brasileira, os grupos privados envolvidos com as obras, os
governos estaduais corresponsáveis pelo processo, a criação do clima de
derrotismo se abatesse exclusivamente sobre o governo Dilma Rousseff.
À
medida que a Copa se aproxima, que os tapumes das obras são retirados,
os usuários descobrem aeroportos de primeiro mundo, arenas esportivas de
qualidade invejável, novas estatísticas mostrando o potencial
financeiro do jogos.
E
os jornais passam a se dar conta que a Copa será a maior vitrine do
país em toda sua história, com os 14 mil correspondentes, os recordes de
visitantes e da audiência esperada para o televisionamento dos jogos.
Por
esse sentimento permanente de baixa autoestima, provavelmente não se
dará o devido valor a um feito extraordinariamente superior ao de
abrigar a maior Copa do mundo da história (na opinião da Fifa): o
atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, comprovando que
o Brasil entrou em um novo estágio civilizatório.
***
O
conceito de Metas do Milênio nasceu em 2000, quando líderes mundiais
acertaram uma agenda mínima global de compromissos  pela promoção da
dignidade humana e de combate à pobreza, à fome, às desigualdades de
gênero, às doenças transmissíveis e evitáveis, à destruição do meio
ambiente
e às condições precárias de vida.
***
Conforme os dados do 5º Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, com
quatro anos de antecedência, o país conseguiu alcançar a meta de
redução de dois terços a mortalidade infantil, que caiu de 53,7 mortes
por mil nascidos vivos em 1990, para 17,7 em 2011.
No
saneamento, em 1990 70% da população tinham acesso à agua e 53% à rede
de esgotos ou fossa séptica. Em 2012, os indicadores saltaram para 85,5%
e 77% respectivamente.
***
Outro indicador, o da redução da pobreza extrema, caiu para 3,5% da população, próxima à meta de 3%.
Segundo
o Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos Marcelo Nery, um dos
principais fatores foi a formalização do mercado de trabalho. No período
2002-2005, a formalização girou em torno de 46% da população ocupada.
Em 2012 alcançou 58%.
Entre os ocupados a pobreza extrema é de 1,3%; entre os ocupados com carteira de trabalho, de 0,1%.
***
Em
que pese os avanços que ainda faltam na qualidade do ensino, a taxa de
escolarização no ensino fundamental, para crianças de 7 a 14 anos, está
próxima de 100%; assim como a taxa de alfabetização de jovens de 15 a 24
anos.
Apesar
do analfabetismo funcional, os estudantes de 9 a 17 cursando a série
adequada à sua idade saltaram de 50,3% para 79,6%. Parte do avanço foi
devido a distorções, como a aprovação automática.
Por Assis Ribeiro
 
 
Como vem sendo debatido aqui no blog a
grande mídia se tornou um partido político, fato confirmado pela
declaração de Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional de
Jornais (ANJ) e executiva do grupo Folha de S.Paulo:
 
"A liberdade de imprensa é um bem
maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é
sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação e,
obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição
oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente
fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida
nenhuma incomoda sobremaneira o governo."
 
O que ocorre com a grande mídia ao
elaborar as suas matérias na base do pessimismo geral abordado por
Nassif em seu artigo "As vitórias pouco divulgadas do Brasil" é o mesmo
observado nas campanhas dos políticos que concorrem ao cargo de
Presidente da República.
 
Trata- se de campanha política, e na
impossibilidade real de apresentarem as suas propostas para o Brasil,
dada a impopularidade delas, partem para a omissão das realizações,
 ataques e tentativa de destruição de tudo o que está sendo realizado
pelos governos Lula/Dilma.
 
Sim, as propostas que os candidatos Campos e Aécio defendem são as mesmas vistas diariamente nas matérias da mídia tradicional.
 
O que lê e se ouve nos jornais e TVs
são propagandas dos princípios implícitos nos axiomas como “eficiência
dos mercados”, "austeridade", "Privatização", “disciplina de mercado”,
“redução de despesas públicas”, “menos estado”; nitidamente de cunho
neoliberal.
 
Mas, como defender de forma clara e
honesta uma política que tem levado milhões ao desemprego na Europa
atual contra as realizações de aumento de salário mínimo e gastos
públicos com o social dos últimos governos que tirou da pobreza  40
milhões de pessoas desde 2003?
 
Como negar que a política, contrária
ao neoliberalismo que defendem, de Estado forte como agente indutor e
regulamentador da saúde social, política e econômica do país, realizando
gastos com o social, geração de emprego, e com  bancos públicos e
empresas nacionais fortes conseguiu tirar o Brasil da miséria e alcançar
avanços há muito tempo não vistos?
 
Essa é uma das grandes dificuldades
que a mídia tradicional, Campos e Aécio encontram, em outras palavras,
 como definir um projeto político mais sedutor que as políticas dos
governos do PT?
 
Não tendo alternativas para criticar a
política do governo e apresentar as soluções é que partem para a
omissão das realizações, aos ataques e tentativa de destruição de tudo o
que está sendo realizado pelos governos Lula/Dilma.

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