quinta-feira, 1 de maio de 2014

Diário do Centro do Mundo » A perseguição desumana e covarde de JB a dois homens indefesos

Diário do Centro do Mundo » A perseguição desumana e covarde de JB a dois homens indefesos

Não é justiça. É vendetta.


O que Joaquim Barbosa faz com Genoino e Dirceu não tem nada a ver com
o conceito de justiça em si – um ato em que existe ao menos uma parcela
de uma coisa chamada isenção, ou neutralidade, para usar uma palavra da
moda.


Barbosa é movido por um ódio infinito.


Ele mantém Dirceu confinado na Papuda por raiva. E quer Genoino engaiolado, mesmo com problemas cardíacos, também por raiva.


A precariedade do sistema jurídico brasileiro é tamanha que se dá a
um homem poder para fazer o que Barbosa vem fazendo, com uma hipócrita
base de fatos que são fabricados para que a perseguição tenha ares
legais.


Você escolhe médicos que vão dizer que Genoino está bem, e que não
precisa de cuidados especiais. Isto funciona como aqueles repórteres da
Veja que são escalados para provar, aspas, teses já definidas antes da
primeira entrevista. O objetivo não é descobrir coisas, não é investigar
um assunto. É chancelar uma conclusão que vem na frente dos fatos.


E depois que os médicos fazem seu servico abjeto, você exerce sua vingança mesquinha como se fosse um magistrado de verdade.


O caso de Dirceu é igualmente vergonhoso. Uma nota de jornal — um
jornal tão famoso pelos erros que conquistou a alcunha de Falha de
S.Paulo — vira uma prova contundente contra Dirceu. Numa inversão
monstruosa da ideia da justiça, você tem que provar a inocência, e não o
contrário.


Num cenário de reiterada desumanidade, destoou o gesto do deputado
Jean Wyllys ao se negar a inventar ‘regalias’ para Dirceu. O partido de
Wyllys faz oposição ao PT, e era presumível, diante do que se tem visto
na cena política do país, que ele denunciasse as condições
‘espetaculares’ de Dirceu na Papuda.


Mas Wyllys optou pela honestidade. Relatou o que viu. Foi fiel ao que
testemunhou. Não adulterou o que seus olhos encontraram. Seria um gesto
banal, não fosse o ambiente de cinismo, cálculo e desonestidade que
domina hoje o debate político nacional numa reprodução do que aconteceu,
com trágicas consequências, em 1954 e 1964.


Joaquim Barbosa provavelmente esteja frustrado. O sonho de virar
presidente naufragou miseravelmente. Só a mídia queria, além dele
próprio e de um punhado de fanáticos de direita.


Ele foi obrigado a despertar para a dura realidade de que os
holofotes lhe são dados apenas para dizer o que interessa à mídia. Ele
queria falar recentemente do processo que move contra Noblat por alegado
racismo. Ninguém na imprensa lhe deu espaço. Tentou trazer este assunto
na entrevista que deu a Roberto Davila na Globonews. Davila mudou de
assunto com um sorriso.


As declarações de Lula sobre o conteúdo político do Mensalão também
não devem ter ajudado no humor de Barbosa. Sua obra magna, aspas, corre
um sério risco de se desfazer em impostura.


Joaquim Barbosa é hoje uma fração do que pareceu ser, e amanhã será
ainda menor, e o que sobrar provavelmente se cobrirá de ignomínia para a
posteridade.


Para Dirceu e Genoino, o problema é que enquanto ele não volta ao
nada de que saiu JB se dedica à arte sadica de persegui-los, sem que
eles consigam se defender, prostrados que estão pelas circunstâncias,
cada qual de seu jeito.


Neste sentido, não é apenas uma vingança, mas uma covardia.

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