sexta-feira, 2 de maio de 2014

Serra é convidado à Câmara para explicar contrato com laboratório de doleiro — Rede Brasil Atual


Serra é convidado à Câmara para explicar contrato com laboratório de doleiro — Rede Brasil Atual



Governo FHC fechou três contratos com Labogen,
suspeito de servir para lavagem de dinheiro, quando José Serra era
ministro da Saúde. Covas e Alckmin também contrataram empresa de doleiro
em SP






por Diego Sartorato, da RBA






publicado
30/04/2014 17:20,



última modificação
01/05/2014 18:13











São Paulo O deputado federal
Renato Simões (PT-SP) apresentou um requerimento na Câmara dos Deputados
para solicitar informações sobre três contratos fechados entre o
Labogen, laboratório suspeito de servir de fachada para operações de
lavagem de dinheiro e evasão de divisas por parte do doleiro Alberto
Youssef, e o Ministério da Saúde entre 1998 e 2002, durante a gestão do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002) e do então
ministro José Serra (PSDB). O deputado cobra ainda informações sobre
contratos firmados entre a Labogen e o governo do estado de São Paulo
nas gestões de Mário Covas (1995-2001) e Geraldo Alckmin (PSDB,
2001-2006, 2011-2014), junto à Fundação para o Remédio Popular do Estado
de São Paulo.



Além de solicitar informações, Simões redigiu ainda convite
para que Serra vá à Câmara explicar a relação entre sua gestão e o
laboratório – como não é mais autoridade pública, Serra não pode ser convocado e, se preferir, pode negar o convite. Os requerimentos devem ser votados na sessão da próxima terça-feira (6).



A Labogen está sendo investigada pela operação Lava Jato da Polícia
Federal, que flagrou diálogos do deputado federal André Vargas (PT-PR)
que indicam que ele faria lobby pela empresa junto ao Ministério da
Saúde durante a gestão de Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao
governo de São Paulo. Segundo a PF, a Labogen buscava contrato de
fornecimento de matéria-prima para medicamentos com o Ministério com o
objetivo de mascarar remessa de dinheiro para fora do país; dos cinco
projetos apresentados pela empresa, no entanto, quatro foram descartados
imediatamente pelo ministério, e o último não teria condições técnicas
de ser firmado, segundo afirmou Padilha ao programa Roda Viva, da TV
Cultura, nesta segunda-feira (28).


"A Labogen não tem contratos com o Ministério da Saúde desde o
final do governo Fernando Henrique. Se existe algum vínculo entre o
laboratório e o lobby no ministério da saúde, isso ocorreu com o
ministro José Serra. A Labogen está sendo usada para atingir a reputação
do Padilha de forma absolutamente irresponsável", afirma Simões.
Segundo o deputado, o objetivo dos requerimentos é avaliar se os
serviços contratados junto ao Labogen por R$ 31 milhões pelo então
ministro Serra e por R$ 5 milhões pelos governos do PSDB no estado de
São Paulo foram, de fato, cumpridos. "Como a Fundação do Remédio Popular
também recebe dinheiro do ministério, é nosso papel fiscalizar se houve
desvio desses repasses", afirma Simões.



Para levantar os dados, o deputado pretende acionar o próprio
Ministério da Saúde, a Controladoria-Geral da União e o Tribunal de
Contas da União.

Nenhum comentário:

Postar um comentário