Gilmar destila seu ódio enquanto pode
Eu ia escrever sobre os atos públicos de hoje; acabo de voltar de um
deles. Mas não posso, porque tenho de enfrentar antes uma nova aberração
jurídica.
O ministro Gilmar Moro deu – como não haveria de dar? – um despacho
igual aos já derrubados por desembargadores federais que revogaram as
erráticas ações que visavam a impedir a posse de Lula.
Aliás não é igual, é juridicamente pior.
“O objetivo da
falsidade é claro: impedir o cumprimento de ordem de prisão de juiz de
primeira instância. Uma espécie de salvo conduto emitida pela Presidente
da República“
Que ordem de prisão, Ministro Gilmar Mendes? O senhor sabia de falsidade é claro: impedir o cumprimento de ordem de prisão de juiz de
primeira instância. Uma espécie de salvo conduto emitida pela Presidente
da República“
alguma? Havia alguma adrede preparada? Deu-se alguma que tenha sido
obstaculizada pelo ato de nomeação de Dilma? Se estava iminente, o que
impediu que fosse expedida desde o dia 4 de março, quando Lula foi
arrastado a depor e sua casa, seu escritório e o sítio onde passava
finais de semana foram invadidos, revirados e violados?
Mendes diz que trazer um caso ao julgamento do Supremo “é forma de
obstrução ao progresso das medidas judiciais”. Por que razão ministro?
Compreende-se que um deputado ou senador chegue a renunciar ao seu
mandato para fugir ao severo julgamento do Supremo. Sem foro, terá o
juiz de 1a. instância, o tribunal de 2a. instância, o STJ e, afinal, o
próprio STF. Tome de obstrução , não é?
Duvido que se arranje precedentes nisso, salvo nos casos em que o
Supremo tem de pedir licença ao Legislativo para processar, o que não é
esta situação.
Qualquer advogado com a carteira da OAB estalando de nova sabe que é melhor ter quatro instâncias do que um só.
A menos que o Dr, Mendes creia que é “arranjado” o julgamento na Suprema Corte que ele integra.
Ou que ela possa ser coagida.
Reparo agora que no início do texto grafei errado o nome do Ministro da Suprema Corte: é Mendes, Gilmar Mendes.
Não é Moro,
Embora pareça, no reconhecimento de sua decisão de que o algoz de Lula deva ser o juiz de 1a. instância do Paraná.
Não se pode negar que o Dr. Gilmar Mendes seja um juiz generoso.
Está disposto a ceder o machado.
Desde que seja para o pescoço de Lula.
Lamento, Ministro, mas o senhor caminha para um placar de 10 a 1 ou nove a dois na decisão do plenário do STF.
Não lhe importa, não é?
O importante é manter o caos e a ingovernabilidade.
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