sábado, 19 de março de 2016

Gilmar Mendes confirma: temos uma Suprema Corte acovardada

Gilmar Mendes confirma: temos uma Suprema Corte acovardada. Por Carlos Fernandes – Diário do Centro do Mundo



Com o dono da Globo: Gilmar tem costas quentes na mídia
O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes mais uma vez não
decepcionou na específica função para a qual foi posto na mais alta
corte do país, defender, por mais escandaloso que seja, os interesses
particulares do partido que o indicou para o cargo.


Mendes é um exemplo vivo e atuante do tipo de agentes do poder
público com que foram aparelhados nossas instituições na época de FHC. A
sua postura não difere em nada da postura exercida pelo ex-Procurador
Geral da República Geraldo Brindeiro, o engavetador.


Brindeiro, como Mendes, não enxergava qualquer óbice em utilizar a
sua toga em defesa do PSDB. Na sua gestão, mais de 4.000 processos que
poderiam levar os seus amigos para a prisão foram sumariamente
arquivados. Nisso o Brasil era “livre” da corrupção.


Gilmar consegue ser ainda mais parcial. Chega ao absurdo de se reunir
com políticos de seu partido horas antes de julgamentos extremamente
importantes para a nação como foi o caso do rito do impeachment. É
simplesmente escandaloso.


Agora, a sua mais nova interferência monocrática e autoritária no
exercício dos demais poderes e da própria democracia foi suspender a
nomeação de um ministro de Estado pela presidenta da República, ato que
em nada diz respeito ao judiciário.


Não é a primeira vez que Gilmar Mendes obstrui o livre processo da
democracia. Ardoroso defensor do financiamento privado por parte de
empresas a partidos políticos, interrompeu por mais de um ano um
julgamento já consumado sob a alegação da velha manobra do pedido de
vistas. Assim seguem os exemplos de seus surtos de intolerância.


A decisão de suspender a posse do ex-presidente Lula na Casa Civil
não chega a surpreender já que veio de um juiz como Gilmar. O que
desmoraliza de vez não só o seu entendimento mas todo o Supremo é ter
devolvido o processo de um cidadão com foro privilegiado às mãos de um
juiz de primeira instância e que está sendo processado no CNJ justamente
por suas práticas abusivas na condução da Operação Lava Jato.


Na prática o que Gilmar Mendes fez foi atestar a sua incompetência e a
incompetência de seus pares em julgar um homem como Lula. Na casa que
deveria ser o maior guardião de nossa constituição, algo dessa natureza é
desolador.


Seja como for, a AGU já confirmou que irá recorrer da decisão ao
plenário do Supremo. Se acontecer o mesmo que já vinha acontecendo nas
instâncias inferiores, ou seja, a derrubada de liminares concedidas por
lunáticos travestidos de juízes, a justiça prevalecerá e a presidenta
poderá exercer o seu pleno direito de nomear a equipe com quem deseja
trabalhar.


Caso contrário, a maioria do Supremo Tribunal Federal confirmará, por
seus próprios meios, o que já é consenso em boa parte da população
brasileira. A de que temos uma Suprema Corte completamente acovardada.

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