Governo teve sensatez de pedir calma, mas risco continua, por Janio de Freitas
dom, 13/03/2016 - 14:22
Atualizado em 13/03/2016 - 14:23
Jornal GGN - Em sua
coluna de hoje na Folha de S. Paulo, Janio de Freitas afirma que o
governo e o PT tiveram a "difícil sensatez" de pedir calma para os seus
apoiadores, mas que o risco de confronto ainda permanece. "O que for
evitado hoje está propenso a ocorrer adiante", diz Janio, principalmente
se continuarem os atos de arbitrariedade que provocam sentimentos de
perseguição e revolta entre aqueles que apoiam o ex-presidente Lula. Na
coluna, Janio também critica a nota das associações representativas das
empresas de comunicação contra violências sofridas por jornalistas no
Brasil. Leia mais abaixo:
coluna de hoje na Folha de S. Paulo, Janio de Freitas afirma que o
governo e o PT tiveram a "difícil sensatez" de pedir calma para os seus
apoiadores, mas que o risco de confronto ainda permanece. "O que for
evitado hoje está propenso a ocorrer adiante", diz Janio, principalmente
se continuarem os atos de arbitrariedade que provocam sentimentos de
perseguição e revolta entre aqueles que apoiam o ex-presidente Lula. Na
coluna, Janio também critica a nota das associações representativas das
empresas de comunicação contra violências sofridas por jornalistas no
Brasil. Leia mais abaixo:
Da Folha
Janio de Freitas
Os que mais exibem susto e medo, e
recuam com apelos à tolerância dos apoiadores de Lula e Dilma, nas ruas
de hoje, são os que mais incitaram a atitudes de ódio e provocação, de
desafio e humilhações. O juiz Sergio Moro despertou, sem pretendê-lo,
certa altivez em um lado e covardia no outro. Dilma, o governo e a
direção petista tiveram a difícil sensatez de pedir que a massa dos
provocados se contenha, de preferência, em casa. Mas nada é garantido.
recuam com apelos à tolerância dos apoiadores de Lula e Dilma, nas ruas
de hoje, são os que mais incitaram a atitudes de ódio e provocação, de
desafio e humilhações. O juiz Sergio Moro despertou, sem pretendê-lo,
certa altivez em um lado e covardia no outro. Dilma, o governo e a
direção petista tiveram a difícil sensatez de pedir que a massa dos
provocados se contenha, de preferência, em casa. Mas nada é garantido.
Nem o melhor êxito dos apelos e
providências contra o confronto alteraria a pior probabilidade
perceptível: o que for evitado hoje está propenso a ocorrer adiante, a
se manterem os atos arbitrários que suscitam sentimentos de perseguição e
revolta nos lulistas e suas redondezas. A perplexidade provocada pela
torrente de insinuações, acusações e "suspeitas" despejada pelos meios
de comunicação contra Lula e família, dia a dia, foi substituída por
ânimos que aos atacantes pareciam extintos. Caso se contenham hoje, não
quer dizer que voltaram a amortecer-se.
providências contra o confronto alteraria a pior probabilidade
perceptível: o que for evitado hoje está propenso a ocorrer adiante, a
se manterem os atos arbitrários que suscitam sentimentos de perseguição e
revolta nos lulistas e suas redondezas. A perplexidade provocada pela
torrente de insinuações, acusações e "suspeitas" despejada pelos meios
de comunicação contra Lula e família, dia a dia, foi substituída por
ânimos que aos atacantes pareciam extintos. Caso se contenham hoje, não
quer dizer que voltaram a amortecer-se.
No decorrer do século passado, e já
desde o anterior, o Nordeste e sua pobreza eram considerados a área
susceptível de um incidente capaz de espalhar-se pelo país. Essa
expectativa transfere-se para São Paulo, que se vê como a cidade mais
desenvolvida da América Latina. E não é do anel de pobreza e miséria à
sua volta que vem o risco. É dos bairros da riqueza e da classe média,
em mais uma demonstração de que dinheiro e desenvolvimento verdadeiro
não são sinônimos.
desde o anterior, o Nordeste e sua pobreza eram considerados a área
susceptível de um incidente capaz de espalhar-se pelo país. Essa
expectativa transfere-se para São Paulo, que se vê como a cidade mais
desenvolvida da América Latina. E não é do anel de pobreza e miséria à
sua volta que vem o risco. É dos bairros da riqueza e da classe média,
em mais uma demonstração de que dinheiro e desenvolvimento verdadeiro
não são sinônimos.
O ÓBVIO
Primeiro, uma estranheza: o símbolo da
Unesco, extensão da ONU, como signatária de uma "nota pública" emitida
por entidades de representação empresarial. Depois, a afirmação, no
texto de protesto contra violências sofridas por jornalistas no Brasil:
Unesco, extensão da ONU, como signatária de uma "nota pública" emitida
por entidades de representação empresarial. Depois, a afirmação, no
texto de protesto contra violências sofridas por jornalistas no Brasil:
"É equivocado o pensamento daqueles que creem que os veículos de comunicação são protagonistas do processo político."
A quem a Abert, a Abratel, a Aner, a
ANJ, associações representativas das empresas de comunicação, e mais a
Unesco pensaram iludir? Há milhares de estudos, pesquisas e documentos
sobre a influência dos meios de comunicação nos processos políticos
nacionais e ainda nas relações internacionais. Muitos desses trabalhos
foram feitos com apoio ou por iniciativa da Unesco.
ANJ, associações representativas das empresas de comunicação, e mais a
Unesco pensaram iludir? Há milhares de estudos, pesquisas e documentos
sobre a influência dos meios de comunicação nos processos políticos
nacionais e ainda nas relações internacionais. Muitos desses trabalhos
foram feitos com apoio ou por iniciativa da Unesco.
Ser "protagonista do processo
político" não é um mal por si só. O problema é o "como": contribuindo
para aprimorar o processo e a exercício da cidadania, ou deturpando-o
com inverdades, exageros, facciosismo. Ou seja, sem ética.
político" não é um mal por si só. O problema é o "como": contribuindo
para aprimorar o processo e a exercício da cidadania, ou deturpando-o
com inverdades, exageros, facciosismo. Ou seja, sem ética.
FALAS
O promotor Cassio Conserino, que pediu
a prisão de Lula, já foi processado por dano moral e por isso condenado
a indenizar um dos seus presos, solto como todos os outros do mesmo
inquérito. O juiz federal Sergio Moro e o procurador Carlos Fernando dos
Santos Lima correm risco de processos semelhantes. Já há uma
representação contra Moro, apresentada ao Conselho Nacional de Justiça
pelo Sindicato dos Advogados de São Paulo: o juiz insinuou, sem sequer
indício factual ou pericial, que o advogado Roberto Teixeira poderia ter
"forjado assinaturas", em documentos de compra do sítio em Atibaia.
Nisso, disse que o advogado é capaz de falsificações.
a prisão de Lula, já foi processado por dano moral e por isso condenado
a indenizar um dos seus presos, solto como todos os outros do mesmo
inquérito. O juiz federal Sergio Moro e o procurador Carlos Fernando dos
Santos Lima correm risco de processos semelhantes. Já há uma
representação contra Moro, apresentada ao Conselho Nacional de Justiça
pelo Sindicato dos Advogados de São Paulo: o juiz insinuou, sem sequer
indício factual ou pericial, que o advogado Roberto Teixeira poderia ter
"forjado assinaturas", em documentos de compra do sítio em Atibaia.
Nisso, disse que o advogado é capaz de falsificações.
Moro e Lima são dados como autores de insinuações e "suspeitas", em público, não confirmadas pelo Supremo Tribunal Federal.
Haja poupança.
Em tempo: muito interessante, de fato,
a amistosa visita-palestra do juiz Sergio Moro ao Lide, do João Doria
acusado de corrupção eleitoral por colegas do próprio PSDB, além de uma
testemunha.
a amistosa visita-palestra do juiz Sergio Moro ao Lide, do João Doria
acusado de corrupção eleitoral por colegas do próprio PSDB, além de uma
testemunha.
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